Vários estudos epidemiológicos descrevem uma associação inversa significativa entre o consumo de café e o risco de suicídio. As razões desta associação não estão, ainda, totalmente esclarecidas. Sabe-se que o consumo de 3-4 xícaras por dia reduzem o risco de depressão (9-20%) (Smith, 2009; Lucas et al., 2011) e suicídio (53%) (Kawachi et al., 1996; Lucas et al., 2014).
Doses moderadas de cafeína interferem positivamente no humor, na disposição, e na performance cognitiva devido ao seu efeito psicoestimulante. É possível que as β-carbolinas harmana e norharmana tenham também alguma responsabilidade por este efeito, uma vez que inibem (competitiva e reversivelmente) a monoaminoxidase A – enzima que metaboliza a serotonina e noradrenalina, dois neurotransmissores associados ao bem-estar e boa disposição. Demonstrou-se, ainda, que o ácido cafeico possui efeito ansiolítico e antidepressivo quando administrado em animais sujeitos a stress, aparentemente através de uma modulação indireta dos receptores adrenérgicos α1A. Não obstante, o consumo de café está intimamente associado a hábitos sociais de convívio que, por si só, aumentam o bem-estar pessoal.